Contato

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

O povo brasileiro sabe que a saúde pública está sendo privatizada?

Cláudia Barcellos
Funcionária do Ministério da Saúde

Não é novidade que a saúde pública no Brasil é precária e precisa melhorar urgentemente. Para tanto, é necessário resolver o principal entrave ao desenvolvimento do SUS: a falta crônica de recursos no setor. E a causa principal dessa deficiência é o desvio sistemático do dinheiro público para outras finalidades que não a saúde do povo. Não podemos aceitar essa situação.

Saúde pública é um direito de todo o povo brasileiro, garantido pela Constituição. Mais do que isso, só o SUS oferece serviços de saúde gratuitos, de modo universal e integral, independente da faixa etária e da renda.

O SUS é um sistema de saúde para todos e é amplamente fiscalizado pelo controle social, organizado nos Conselhos de Saúde. Além disso, o SUS é uma política de estado. Isso quer dizer que ela é permanente e não pode ser cancelada pelos governantes, mas a verdade é que o SUS está sendo estrangulado e desmontado.

Infelizmente, os governos não têm respeitado essas diretrizes, e vêm, ano a ano, sucateando nosso Sistema de Saúde e o entregando para a iniciativa privada para ela explorar seus lucros exorbitantes em cima da dor e da doença dos brasileiros.

É necessário garantir que a gestão do Sistema Único de Saúde, em todas as esferas de gestão e em todos os serviços, seja 100% pública e estatal, e submetida ao Controle Social. Para tanto, precisamos rejeitar a cessão da gestão de serviços públicos de saúde para as Organizações Sociais (OSs), e solicitar ao Supremo Tribunal Federal que julgue procedente a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIn) 1923/98, de forma a considerar inconstitucional a Lei Federal nº. 9637/98, que estabelece esta forma de terceirização da gestão. Precisamos rejeitar a cessão da gestão de serviços públicos de saúde para as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs). Precisamos rejeitar a proposição das Fundações Estatais de Direito Privado (FEDP), contida no Projeto de Lei nº. 92/2007, e as experiências estaduais/municipais que já utilizam esse modelo de gestão, entendido como uma forma velada de privatização/terceirização do SUS. Rejeitar a criação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), impedindo a terceirização dos hospitais universitários e de ensino federais. É preciso exigir que todos os hospitais universitários públicos atendam 100% SUS, ampliando a oferta de leitos (AIHS e UTI), de procedimentos e exames de alta complexidade, com fluxos de referência e contra referência bem definidos e articulados com hospitais públicos regionais e microrregionais, além de divulgar em portais de transparência as auditorias realizadas e os recursos destinados às entidades públicas, privadas e filantrópicas.

A privatização da saúde pública brasileira é um atestado de incompetência gerencial de quem enganou a população com falsas promessas, com o intuito de galgar uma posição privilegiada no cenário político nacional. E não é só isso: ela privilegia o interesse privado, quando permite que as compras de insumos hospitalares seja realizada com dispensa de licitação; que a contratação de mão-de-obra especializada seja realizada sem concurso público, pela CLT, com salários nunca antes pagos nem pelo setor público, nem pelo setor privado, com gratificações absurdas para iludir o funcionário público, com o objetivo de que ele faça sua adesão às Organizações Sociais.

Ora, para quem não sabe, o funcionário público não tem Fundo de Garantia, não tem seu salário corrigido pela inflação, muito menos aumento por dissídio de categoria. Apenas a estabilidade no emprego é o que atrai. Mas não impede que ele seja demitido sumariamente, como ocorre indevidamente agora, por duplo vínculo, numa tentativa do governo de se livrar dele. Ele é muito menos oneroso para o Ministério da Saúde do que contratado celetista, pois, como sabemos, o custo de um funcionário celetista para seu empregador é praticamente o dobro de seu salário.

A verdade é que os governos federal, estaduais e municipais do país estão se eximindo da obrigação constitucional de proporcionar saúde de qualidade e gratuita à população. Continuará cabendo ao Ministério da Saúde financiar toda essa festa com a arrecadação de nossos impostos.

Cabe, agora, aos meios de comunicação, com a maior urgência, explicar ao povo brasileiro que, se ele não gritar, a saúde pública vai acabar!

Para o bem da saúde pública dos paulistanos, Haddad precisa abrir a caixa-preta das OSs

por Conceição Lemes

A saúde pública na cidade de São Paulo está com a gestão largamente privatizada. Boa parte dos seus hospitais, ambulatórios médicos e serviços de diagnóstico já é dirigida por Organizações Sociais de Saúde (OSs) e não pela própria Prefeitura.


Na campanha do segundo turno, o paulistano que as desconhecia acabou sendo “apresentado”. O candidato derrotado à Prefeitura José Serra (PSDB) bateu nesta tecla:


Hoje boa parte dos AMES [Ambulatórios Médicos de Especialidades] e hospitais municipais são administrados pelo Einstein, Sírio, Santa Marcelina, considerados os melhores hospitais de São Paulo. O PT não quer que os bons hospitais da cidade ajudem a melhorar o atendimento dos hospitais da Prefeitura.

Seu alvo não era a população mais pobre, que conhece a dura realidade da saúde na cidade e para a qual não adiantava mentir.

Serra mirava especialmente o imaginário dos eleitores da nova classe média, que realizaram o sonho do plano de saúde privado e hoje vivenciam um inferno nas mãos de muitos deles: rede credenciada precária, longa espera para consultas, exames, cirurgias. Isso quando não negam exames e tratamentos mais complexos e caros, o que é frequente.

Serra usou e abusou dos sofismas. A intenção era “vender” que, nos serviços da Prefeitura administrados por OSs, esses eleitores teriam, enfim, o sonho realizado: assistência médica em equipamentos acolhedores, sem fila, prestada por hospitais de referência, recebendo todos os cuidados necessários e de primeira linha. Curiosamente, em nenhum momento, o tucano fez qualquer menção aos custos desse modelo de terceirização de gestão.

Só que:

1. O fato de o Sírio Libanês, Einstein, Santa Catarina, Santa Marcelina, entre outras grifes da medicina paulista, gerenciarem equipamentos de saúde da Prefeitura não significa que prestarão nesses locais os mesmos serviços que oferecem nos seus hospitais. Eles o fazem por meio de entidades paralelas que criaram; essas, sim, foram qualificadas pelo poder público como OSs.

2. Tampouco atuarão nos serviços da Prefeitura os mesmos médicos que trabalham no Sírio, Einstein, Santa Catarina.

3. Muito menos que as OSs praticam filantropia nos serviços da Prefeitura ou fizeram opção preferencial pelos pobres. O gerenciamento desses equipamentos é para elas apenas um negócio em constante expansão.

Segundo auditoria realizada no início deste ano pelo Tribunal de Contas do Município de São Paulo (TCM-SP) nas contas de 2011, a Secretaria Municipal de Saúde repassou às OSs R$ 1,8 bilhão, em 2010. Em 2011, R$ 2,2 bilhões. Nesse valor não estão incluídos os muitos milhões que o governo do Estado repassa às OSs que dirigem hospitais públicos estaduais na cidade de São Paulo.

Cabe lembrar, aqui, que há denúncias de que hospitais renomados não foram diretamente qualificados como OSs por estarem em situação irregular com o fisco e não atenderem às exigências legais.

4. Os gastos do governo do Estado com as OSs também é imenso. Atualmente, elas administram 81 equipamentos públicos paulistas. São 37 hospitais e outras 44 unidades estaduais.

De 2006 a 2009, por exemplo, os gastos do Estado saltaram de R$ 910 milhões para R$ 1,96 bilhão. Uma subida de 114%. No mesmo período, o orçamento cresceu 47%. Ou seja, as despesas do Estado de São Paulo com a terceirização da saúde cresceram mais que o dobro do aumento do orçamento público.

5. Teoricamente as OSs são entidades filantrópicas, o que as livra do pagamento de milhões de imposto de renda. Na prática, porém, funcionam como empresas privadas, pois o contrato com a Prefeitura é por prestação de serviços. Elas recebem os equipamentos de saúde absolutamente aparelhados, de mão beijada. E tudo o que gastam é pago pelo cofre municipal. Além disso, cobram taxa de administração, cujo valor não aparece nos contratos de gestão assinados. Falta, portanto, transparência e controle público sobre elas.

6. Tudo isso vale para as OSs que administram os serviços públicos do Estado de São Paulo.

Aqui, a introdução desse modelo coube aos tucanos. Inicialmente nos hospitais estaduais da capital. Daí ele se espalhou. Nos serviços municipais de saúde, especificamente, as OSs começaram a ser implantadas em 2005, quando a dupla Serra e Gilberto Kassab (na época, DEM, atualmente PSD) assumiu a Prefeitura.

Detalhe: pela proposta do SUS (Sistema Único de Saúde), os hospitais gerais do Estado deveriam estar sob gestão municipal. Porém, em São Paulo, a entrega desses hospitais às OSs impediu que fossem municipalizados.

7. A Prefeitura, tal qual o governo estadual, propagandeia que os serviços de saúde tocados por OSs significam fim das filas, presença de médicos nos equipamentos, menor custo e racionalidade do sistema. “Os hospitais gerenciados por Organizações Sociais são exemplo de economia e eficiência”, diz o site da Secretaria Estadual de Saúde. Inclusive pesquisas foram contratadas com recursos públicos para atestar sua excelência.

8. Mas a realidade contradiz o discurso dos defensores das OSs. Há longas filas para consultas com especialistas, exames, diagnósticos e tratamentos. Faltam médicos nos serviços, especialmente nas periferias da capital.

9. Também é mentira que custam menos. Levantamento realizado pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo demonstrou que os serviços de saúde administrados por OSs custam 40% mais do que os gerenciados diretamente pelo poder público.

10. As OSs representam a terceirização da saúde. Porém, no Estado de São Paulo, elas já estão transferindo parte dos seus serviços para empresas que contratam. É a quarteirização da saúde pública paulista. Atualmente, 25% dos serviços já estão quarteirizados.

11. Em levantamento que fizemos em junho de 2011, havia na época 34 hospitais públicos paulistas geridos por OSs; desses, 22 tinham publicado balanço referente a 2010. Somente quatro (todos com contratos recentes) possuíam patrimônio positivo. Os outros 18 hospitais apresentaram passivo maior do que o ativo, ou seja, 80% estavam “quebrados”. Juntos tinham um rombo acumulado de R$147,18 milhões.

Entre os 18 hospitais públicos paulistas “quebrados”, havia dois administrados pelo Santa Marcelina (uma das OSs citadas por Serra na campanha): o Hospital Geral de Itaquaquecetuba e o Hospital Estadual do Itaim, que acumulavam rombo de R$ 5,1 milhões e R$ 3,8 milhões, respectivamente.

O Hospital Geral do Grajaú, administrado pela Organização Cristã de Santa Catarina (a OSs do Hospital Santa Catarina, mencionada também por Serra na propaganda eleitoral), estava igualmente no vermelho. Até 2010 tinha um déficit acumulado de R$ 25 milhões. Em fevereiro de 2012, o governo paulista transferiu a sua gestão para o Sírio Libanês, aumentando em 16% o repasse anual. Subiu de quase R$ 94 milhões para R$ 104 milhões.

Balanço de 2011 do Santa Catarina revela um déficit de R$ 12,78 milhões. Somados aos R$ 25 milhões anteriores, o rombo atingiu 37,78 milhões. Mas como recebeu uma transferência de R$ 32 milhões, ficou ainda um buraco de R$ 5,58 milhões. Confira abaixo.


Nessa altura, algumas perguntas são inevitáveis: o jeito de resolver o problema crônico de déficit é trocar o gestor, aumentar o repasse de recursos e “limpar” o balanço? Como fica o rombo passado? Quem vai pagar a conta?

12. Serra também repisou: se o petista Fernando Haddad fosse eleito, mais de 30 mil funcionários das OSs seriam demitidos. Outra inverdade, embora o número de funcionários da OSs nos serviços municipais seja alto mesmo. Segundo dados de junho de 2012, dos 79 mil funcionários municipais do setor saúde, 37 mil trabalham em OSs.

O que pode ocorrer — isto, sim, verdadeiro – é a Justiça decidir aplicar nos contratos entre a Secretaria Municipal de Saúde e as OSs a mesma decisão que tomou para o Estado.

Explico. No início de outubro de 2012, a Justiça do Trabalho decretou a nulidade de todos os contratos entre a Secretaria de Estado da Saúde e OSs por supostas irregularidades trabalhistas. A decisão exige substituição imediata de funcionários terceirizados por servidores concursados em todos os serviços administrados por OSs no Estado. A decisão é da juíza Carla Malimpenso de Oliveira El Kutby, da 3ª Vara do Trabalho. O pedido foi feito pelo Ministério Público do Trabalho, em ação de 2010.

13. Na realidade, a auditoria feita pelo TCM-SP indicou a existência de uma verdadeira caixa-preta nos serviços de saúde da Prefeitura gerenciados por OSs.

Para começar, há falta absoluta de transparência e fiscalização. A Prefeitura não tem controle sobre os gastos nem sobre os serviços prestados pelas OSs. O setor que cuida da questão somente verifica se houve ou não prestação das contas. Não as avalia. E nem poderia. Tem apenas – pasmem! — seis funcionários para fazer isso.

A contratação de recursos humanos é feita sem qualquer tipo de avaliação ou concurso, inclusive dos médicos, que geralmente são recém-formados.

A própria OSs ou a Prefeitura poderia fazer esse processo seletivo, que, ao contrário do que Serra andou dizendo, não faz dos contratados servidores públicos. Eles serão funcionários da OSs, embora aprovados em sistema de seleção pública, mediante contrato pela CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas).

14. Além disso, as OSs contratam funcionários, pagando, no mínimo, o dobro daquilo que o servidor público ganha. Porém, o dinheiro – atenção! – sai do mesmo bolso, o da Prefeitura.

Não é o único problema. Há também discrepâncias de salários e direitos, até entre os funcionários das OSs. Isso sem falar que às vezes no mesmo local trabalham funcionários públicos e contratados, fazendo serviços iguais, com salários diferentes. Aqui, a intenção da administração Kassab é política: “quebrar” o funcionalismo público na área da saúde.

15. A auditoria do TCM-SP demonstrou que em 2011 o orçamento da saúde cresceu 14,42% em comparação a 2010.

Curiosamente o aumento do volume dos principais serviços e ações não foi proporcional ao crescimento dos gastos. O número de consultas em especialidades subiu apenas 3,68%, e as consultas de AMA (Assistência Médica Ambulatorial), 3,29%.

Já os atendimentos de Urgência e Emergência e as consultas em Unidades Básicas de Saúde (UBSs) diminuíram! Tiveram decréscimo de 6,54% e 5,64%, respectivamente.

Paradoxalmente, quanto mais aumentam os gastos, pior é a avaliação pela população dos serviços de saúde.

16. Na proposta orçamentária enviada à Câmara Municipal, Kassab previu R$ 42 bilhões para a cidade toda em 2013. Em 2012, o orçamento foi de R$ 38,7 bilhões. Ao setor saúde, especificamente, destinou R$ 6,530 bilhões. Em 2012, atingiu R$ 6,515 bilhões.

Conclusão: a proposta de orçamento de Kassab para 2013 prevê aumento de 8% nos gastos da cidade, mas praticamente não altera os da saúde.

17. Outra conclusão da auditoria do TCM-SP é esta (pág. 38 do relatório):


Daí os R$2,2 bilhões repassados às OSs pela Prefeitura em 2011.

Uma vez nas mãos delas, esse dinheiro vira privado, sem que haja qualquer controle público sobre os gastos. As OSs contratam serviços e profissionais a seu bel prazer, sem prestar contas a ninguém. Um cofre sem fundo. Uma terra de ninguém. Capitalismo sem risco, compra sem licitações, contratação de pessoal sem processo seletivo e ausência de transparência nos salários praticados para quem dirige essas OSs.

18. Todo esse processo está sob o comando de Januário Montone. Afinal, é o secretário Municipal de Saúde desde 2007. Montone é tucano, homem de confiança de Serra, com quem trabalhou no Ministério da Saúde. Em 2005, quando Serra assumiu como prefeito, Montone foi nomeado secretário municipal de Gestão, pasta que trocou pela Saúde no governo de Kassab.

Segundo o Jornal da Tarde, Montone se envolveu em decisões polêmicas. O Agora São Paulonoticiou que ele é réu em ação que apura a ação da máfia da merenda escolar, acusação que Montone repudia.

19. Por todas essas razões, é imperioso abrir a caixa-preta em que se transformaram as OSs que gerem os serviços da Prefeitura de São Paulo.

A equipe que elaborou o programa de saúde de Fernando Haddad foi coordenada por dois craques na área: o vereador Carlos Neder (PT), ex-secretário de Saúde de Luiza Erundina, e o professor Mílton de Arruda Martins, titular de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da USP.

Ambos são médicos e como tal sabem que, apesar de já terem indícios sobre a “doença”, só com diagnóstico bem feito, preciso, é possível prescrever o “tratamento” adequado.

20. Isso implica se debruçar sobre todas as OSs, inclusive Einstein, Sírio Libanês, Santa Marcelina, Santa Catarina, e começar um controle rigoroso da quantidade e qualidade dos serviços prestados por elas. Tem de se atentar também às prestações de contas.

E aquelas que não cumprirem as metas estabelecidas nem oferecerem serviços de qualidade?

Evidentemente que todos os contratos existentes devem ser honrados. Porém, se não forem cumpridos adequadamente, deveriam ser rompidos em nome de um bem maior: a saúde pública dos paulistanos.

Fica aqui mais pergunta: como compatibilizar a existência de um plano municipal de saúde e a criação de redes assistenciais regionalizadas, que constam do programa do prefeito eleito, com a entrega de regiões inteiras às OSs, que hoje desorganizam o sistema e quebram a sua unidade a partir dos seus próprios interesses particulares?

21. É fundamental o poder público voltar a ter controle sobre a gestão e o planejamento da saúde pública da maior cidade do Brasil. Não dá para terceirizar essa tarefa estratégica, como fez a dupla Serra/Kassab. É uma tarefa de Estado (que leva em conta TODOS os cidadãos e cidadãs, especialmente os mais pobres) e não do privado (que privilegia o lucro na saúde).

Tomara que paulistanos e paulistanos continuem a se interessar pela saúde, como demonstraram na eleição de 2012. É uma questão que diz respeito a todos nós. E participem dos conselhos de saúde para fiscalizar de perto o que será feito a partir de 1º de janeiro de 2013.

Leia também:












terça-feira, 30 de outubro de 2012

Ato em defesa do HU



A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) está em atividade em Brasília e alguns hospitais universitários do país já aderiram ao modelo de gestão apresentado pelo governo federal que representa a privatização dos HUs.

O Sintufsc continua na luta em defesa do HU-UFSC e pela não adesão à EBSERH e estará realizando um ato público em frente ao ambulatório do HU nesta quarta-feira, dia 31/10, às 9 horas.

Participe da luta para que o Hospital Universitário continue sempre 100% SUS.

Leandro Pellizzoni
jornalista
(48) 84821195
imprensa@sintufsc.ufsc.br
@sintufsc

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Sindicalistas farão encontro pelo fim das OSs


27/10/2012-04h00

FABIO LEITE

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA


Sindicatos ligados ao PT farão em novembro um encontro nacional para definir ações da campanha pelo fim das OSs (Organizações Sociais) no país.

O evento será no dia 24 em São Paulo e reunirá ativistas na área da saúde e militantes petistas.

Em 2011, um primeiro encontro em Florianópolis (SC) resultou num abaixo-assinado, com mais de dez mil adesões, entregue ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, pedindo a revogação da lei federal que criou as OSs, em 1998.

Os organizadores são os mesmos que divulgaram panfleto pedindo voto no candidato do PT a prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, "pelo fim das organizações sociais". O grupo considera que a gestão de hospitais por OSs é a "privatização da saúde".


"Nós queremos acabar com as organizações sociais e vamos tentar convencer o Haddad porque só ele pode mudar isso", disse João Batista Gomes, secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Municipal.


Haddad prometeu manter os contratos após José Serra (PSDB) dizer que ele iria rompê-los se eleito.

Panfleto do PT pede voto em Haddad para 'acabar com as OSs em SP'


26/10/2012-15h07


Publicidade
DANIELA LIMA
DE SÃO PAULO

Um panfleto editado por uma corrente do PT paulistano pede votos para Fernando Haddad (PT) dizendo que ele, se eleito, vai acabar com a participação das Organizações Sociais na Saúde.
"Dia 28 votar 13: pelo fim das Organizações Sociais que privatizam a Saúde em São Paulo", diz a abertura do texto.
O coordenador-geral da campanha de Haddad, Antonio Donato, reconhece que o texto foi produzido por uma corrente minoritária do PT que historicamente defende o fim das OSs. Ele afirma, no entanto, que o material não representa da posição da campanha e de Haddad, que tem dito que manterá as parcerias.
"A vitória de Haddad do PT, derrotando o Serra do PSDB na capital paulista, é o caminho que o povo trabalhador da cidade tem para prosseguir e reforçar sua luta por serviços públicos, em participa na saúde", diz o texto.
"O sangue do PSDB tem a marca da privatização. E a situação da saúde em São Paulo é uma trágica consequência disso. Com a vitória do PT podemos reverter essa situação. Porque na veia do PT corre a nossa marca, desde a fundação: a defesa dos serviços públicos."
A posição do PT sobre as organizações sociais foi trazida ao centro do debate eleitoral na reta final pelo adversário de Haddad, José Serra (PSDB). Com base num trecho do programa de governo do petista, Serra passou a afirmar que, se eleito, o rival irá acabar com as OSs.
Após os ataques, Haddad deu diversas versões sobre o tema. Primeiro, disse que faria concurso público nos hospitais geridos por OSs. Depois, disse que manteria o sistema atual, mas ampliaria a fiscalização. Ele acusou o Serra de fazer "terrorismo".
O panfleto petista critica o recuo de Haddad. "É um equívoco achar que a situação pode melhorar com fiscalização, como disse o companheiro Haddad".
O texto termina dizendo que é preciso eleger Haddad e fazer uma mobilização para que ele "cumpra a decisão partidária de fim das OSs, abertura de concursos públicos e devolução à prefeitura de todas as unidades que hoje são geridas pelas organizações sociais".
Donato afirmou que a campanha do PT não poderia proibir a corrente do partido de manifestar sua opinião. "Mas essa não é a posição da campanha nem de Haddad.
"A posição deles não prevaleceu. Ela não expressa a decisão da campanha e de Haddad", afirmou. Segundo ele, os aliados que são contra as OSs disseram que divulgariam o comunicado apenas internamente. "O que me disseram é que esse comunicado seria dirigido internamente, uma coisa pequena", afirmou.
O panfleto foi recolhido ontem, na zona leste de São Paulo.
Reprodução

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Vitória no Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte

 
A Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte (SMSBH) colocou na pauta da plenária do Conselho Municipal de Saúde (CMSBH) uma pauta intitulada: Apresentação e votação do projeto de Qualificação de Infraestrutura da Atenção Primária à Saúde. Tal pauta não significava nada mais, nada menos, que aprovar um novo projeto de PPP (Parceria Público -Privada) para as Unidades Básicas de Saúde da cidade.

Fonte: blogpodegiz.blogsport.com.br

Pra quem ainda desconhece o que é uma PPP, se trata de uma concessão que o governo faz a uma empresa privada para exploração de serviço com fins lucrativos. E é isso que o Sr. Márcio Lacerda (prefeito de Belo Horizonte) e Marcelo Gouveia (secretário municipal de saúde) querem implantar nas Unidades Básicas de Saúde, chamando de Projeto de Qualificação da Atenção Primária a Saúde. Claro que todos sabemos que a relação público-privada na saúde não é novidade e que há várias denúncias contra essas parcerias e demonstração de como esta relação tem sido um grande prejuízo para saúde pública no Brasil. Se o setor privado fosse um grande avanço na saúde, os Estados Unidos teria o melhor sistema de saúde do mundo.

Ontem, dia 18/10/2012, novamente a SMSBH apresentou este novo projeto na plenária do CMSBH como se fosse a melhor e única solução para a melhoria da estrutura dos nossos postos de saúde que, de fato, andam bastante precários e insuficientes. A SMSBH, utilizando-se da máquina pública para "vender o peixe", percorreu, segundo eles mesmos, por quatro vezes todos os distritos de saúde de BH levando a apresentação deste novo escopo. Apresentação esta que tivemos oportunidade de ver e filmar, e muitas informações apresentam-se equivocadas e manipuladas para fazer desta PPP a salvação do SUSBH.

Mas nós do Forum Mineiro em Defesa do SUS e Contra a Privatização, junto de alguns conselheiros de saúde, trabalhadores e usuários do SUS, conseguimos adiar a votação deste novo projeto. Após muitas intervenções e debates, e uma tentativa clara da gestão forçar a votação de um projeto mesmo que quatro câmaras técnicas do CMSBH tenham solicitado a não votação, tentando tratorar, mais uma vez, o processo de controle do povo sobre o público, mesmo assim conseguimos adiar com a diferença de um voto!

Mas, como disse bem o companheiro Bruno Pedralva (militante do fórum em defesa do SUS), nossa maior vitória foi ver o CMSBH se libertar dos mandos, caprichos e manipulações da gestão e começar a pontuar-se enquanto um local de controle e deliberação a favor do povo, a favor de garantir um SUS que seja efetivamente garantidor do nosso direito à saúde.

Teremos outra etapa deste processo no dia 31/10; e lá queremos, novamente, conseguir ganhar esta tão difícil disputa entre a máquina do Estado e a formação da luta coletiva de um povo que quer ter vida digna.

PARABÉNS A TODOS NÓS QUE ESTAMOS CONSTRUINDO ESTA LUTA!!!!!!

O SUS é nosso niguém tira da gente
Direito garantido, não se compra, não se vende.

*Retirado do Fórum MG

Plenária Estadual Pelo Fim das Privatizações e Revogação da Lei das Organizações Sociais - OSs

Clique aqui para ler a programação

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

1º SEMINÁRIO CATARINENSE EM DEFESA DO SUS


5 e 6 de novembro de 2012 - Auditório da Reitoria – UFSC

Programação:

14h -A Reforma Sanitária e o Sistema Único de Saúde - SUS

- Francisco Batista Júnior (ex-presidente e atual membro do Conselho Nacional de Saúde)
- Marco Aurelio Da Ros (Prof. Dr. aposentado do Departamento de Saúde Pública da UFSC)

18h30min - Conjuntura e os novos modelos de privatização na saúde: OSs, OSCIPS, EBSERH, Fundações, PPPs e outras

- Sara Granemann (Profa. Dra. da Escola de Serviço Social da UFRJ)
- Simone Hagemann (Diretora do SindSaúde e membro do Conselho Estadual da Saúde)

9h - A EBSERH e as conseqüências para o HU, a universidade e a sociedade

- Sara Granemann (Profa. Dra. da Escola de Serviço Social da UFRJ)
- Irineu Manoel de Souza (Prof. Dr. do Departamento de Administração da UFSC)
- Representante da UFPR

14h - Marco jurídico dos novos modelos de gestão da saúde

- Dr. André Stefani Bertuol (Procurador da República em Santa Catarina)
- Dra. Sônia Maria Demeda Groisman Piardi (Promotora de Justiça do MP/SC)
- Dra. Dulce MarisGalle (Procuradora do Trabalho do MPT/SC)

Uma luta de todos

Baixar panfleto Seminário
O Sistema Único de Saúde é uma conquista histórica do nosso país e que garante a assistência diária de mais de um milhão de brasileiros. Essa política de Estado, garantida na Constituição Federal de 1988 e nas Leis do SUS vem sendo sucateada e negligenciada pelos governos de plantão, que querem fazer do SUS um grande balcão de negócios.

Saúde pública é um direito de todo o povo brasileiro, garantido por lei. Mais do que isso, só o Sistema Único de Saúde oferece serviços de saúde gratuitos, de modo universal e integral, independente da faixa etária e da renda. Em pouco mais de vinte anos de SUS, muito se avançou em termos de saúde em nosso país, mas isso muitas vezes não é divulgado. Nesse curto tempo de história, o Brasil diminuiu pela metade a mortalidade infantil. Temos programas que estão sendo copiados por outros países, como o tratamento da AIDS e o programa de doação de órgãos. Sem mencionar todos os milhões de brasileiros que são atendidos nas emergências e postos de saúde todos os dias, independente da raça, idade ou renda. Será que os planos privados fazem isso?

O SUS é um sistema de saúde para todos e é amplamente fiscalizado pelo controle social, organizado nos conselhos de saúde. Além disso, o SUS é uma política de estado. Isso quer dizer que ela é permanente e não pode ser cancelada pelos governantes.

Infelizmente os governos de plantão não tem respeitado essas diretrizes, e vem ano a ano sucateamento nosso Sistema de Saúde e o entregando para a iniciativa privada para ela explorar seus lucros exorbitantes em cima da dor e da doença dos brasileiros.

Por isso, convocamos todos para essa luta

Informações:
(48) 3222.4552 - SindSaúde

Inscrições:
No site do Fórum http://www.forumcatarinense.blogspot.com.br/

Realização: FÓRUM CATARINENSE EM DEFESA DO SUS E CONTRA AS PRIVATIZAÇÕES DA SAÚDE

terça-feira, 16 de outubro de 2012

24/11 - 2º Encontro pela Revogação da Lei das OSs

Clique aqui para Ler

Veja como foi: em Juiz de Fora/MG teve atividades do “Dia Nacional de Luta contra a Privatização dos Hospitais Universitários” - 03/10/2012


Privatização do Hospital Universitário é debatida durante assembleia

Uma comissão será formada para organizar um plebiscito em 15 dias. Após a reunião, a categoria realizou um ato público

Por Lorranna Medeiros, colaboração


Uma assembleia realizada na manhã desta quarta-feira, 3 de outubro, no Hospital Universitário (HU) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), reuniu os técnico-administrativos da instituição para discutirem a situação da unidade, em virtude da criação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH).

Segundo a assessoria de comunicação do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-administrativos em Educação das Instituições Federais de Ensino no Município de Juiz de Fora (Sintufejuf), o ato público é necessário para mostrar à comunidade que o HU passa por problemas financeiros. Apesar das verbas recebidas para a expansão e reestruturação do HU, destinadas à compra de equipamentos e construção de prédios novos, o Ministério da Educação não está repassando as verbas para as atividades básicas da assistência. De acordo com informações da direção do HU, a unidade está redefinindo alguns pagamentos para poder adquirir medicamentos e materiais médicos e não causar prejuízos aos pacientes e às atividades de ensino.

O Sintufejuf destaca também que a categoria corre riscos, pois o governo está fazendo pressão para que todos aceitem a privatização. "Por isso decidimos criar o plebiscito. Uma comissão está sendo organizada para lutar contra a privatização." Com a criação dessa comissão, dentro de 15 dias serão organizadas reuniões, atos e a conscientização de todos que têm um vínculo com o HU. "Nós formamos a comissão que terá dois membros estudantes e dois membros professores. Todos os alunos envolvidos, funcionários e professores devem participar dessa votação, que será levada aos superiores", explica o coordenador da nova comissão, José Fanias Lima.

Ato público e novos passos



Após a reunião, os técnico-administrativos distribuíram panfletos e colocaram cartazes em frente ao hospital, para tornar público as ideias da categoria. Segundo a assessoria, é necessário que todos lutem contra a privatização e pela distribuição correta das verbas. "Deve-se buscar uniformizar as propostas. Além disso, queremos que os debates sirvam para instruir a todos sobre o que está acontecendo." Uma outra reunião foi marcada para esta quinta-feira, 4 de outubro, no HU do bairro Santa Catarina, às 09h00.

*Retirado do Acesso
**Enviado pelo companheiro Flavio Sereno Cardoso


Veja como foi: em Rio de Janeiro/RJ teve atividades do “Dia Nacional de Luta contra a Privatização dos Hospitais Universitários” - 03/10/2012


Ato contra a EBSERH no dia nacional de luta contra a privatização da saúde


Ontem foi o dia nacional de luta contra a privatização da saúde. Nesse dia, diversos movimentos, entidades e organizações realizaram protestos em todo país contra todas as medidas que signifiquem a entrega do serviço público de saúde nas mãos da iniciativa privada.

No Estado do Rio de Janeiro, as universidades se uniram num ato contra a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), medida que ameaça privatizar os Hospitais Universitários (HU’s).

Logo pela manhã, representantes de ADUFF, SINTUFF, DCE UFF junto a servidores e usuários, se concentraram em frente ao Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP) com faixas, panfletos e um abaixo-assinado contra a EBSERH chamando a atenção de pedestres e motoristas que passavam pelo local. Após essa agitação,os manifestantes se dirigiram para o ato unificado acontecido no Rio de Janeiro. ADUNIRIO, ASUNIRIO, DCE UNIRIO, ADUFRJ E SINTUFRJ foram algumas das entidades envolvidas nessa mobilização. Representantes da UERJ e FIOCRUZ também marcaram presença nesse ato.

Após algumas intervenções e palavras de ordem, os manifestantes partiram da praça Afonso Pena em passeata rumo ao Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (UNIRIO). Faixas de protesto, palavras de ordem criativas ao ritmo de funk e cantos tradicionais destacaram o protesto.

A campanha contra a Empresa Brasileira ganha novos apoios e adeptos. É necessário continuar somando forças para barrar os projetos de privatização do governo Dilma. Por isso o SINTUFF segue firme nesta luta. Por uma saúde pública e de qualidade que seja 100% SUS. Não à privatização! Não à EBSERH!

*Retirado do SINTUFF
**Enviado pela companheira Maria Inês Souza Bravo


Veja como foi: em Recife/PE teve atividades do “Dia Nacional de Luta contra a Privatização dos Hospitais Universitários” - 03/10/2012


Nenhum minuto de silêncio pela tragédia anunciada do SUS! Seguiremos em luta até que a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares - EBSERH seja derrotada!





Neste dia 03 de outubro fomos às ruas de norte a sul do país, aqui em Recife, em João Pessoa, Campina Grande, Maceió, Florianópolis, Rio de Janeiro, Aracaju e outras cidades. Fomos juntos e lutamos de mãos dadas em defesa dos nossos Hospitais Universitários.

Em Recife nos concentramos às 08h00 em frente ao Hospital das Clínicas (HC) e o Urubserh apareceu para provocar risos. Aquele urubu mal-disfarçado de decisão democrática veio carcomer nossos históricos anos de luta pelo SUS. Veio distorcer o direito a saúde, aniquilar nossas consciências, nossa luta de cada dia. No HC, dialogamos com os usuários, pressionamos a diretoria e a entrega inevitável do HC a URUBSERH alardeada ao quatro ventos já não é mais o destino inevitável! O bicho maldito que persegue e amaldiçoa a saúde pública do país virou motivo de brincadeira, gargalhadas soltas e punhos erguidos em luta!


Seguimos em marcha, gritando frases por mais financiamento, em repúdio ao sucateamento das políticas públicas, e declamamos poesias na universidade evocando nossos antecessores que um dia cantaram em uníssono pela democracia e pelos direitos do povo! Pouco a pouco tomamos conta da BR 232, que parou diante de nós. Nossos cartazes tremulavam! O SUS é nosso, ninguém tira da gente, direito garantido não se compra e não se vende! Não, não, não a privatização! O HC é nosso e não abrimos mão!

Enfim chegamos a Reitoria, onde persistimos a uma espera de mais de 40 minutos. Persistimos com músicas, falas e batucada! Na cena a mordaça da trabalhadora arrancada pelo povo e o eco da voz presa dizia: Nenhum minuto de silêncio pelo desmonte anunciado do SUS! Seguiremos em LUTA até que a EBSERH seja derrotada!

Senhora EBSERH
Por Leandro Barbosa

Sua senhora EBSERH
Por aqui ninguém te quer
Porque tu vens com funcionários de regimes precarizados
Sem concurso estatutário e por cabides de empresários
Os únicos que gostariam de te ter nesse hospital
São um ou outro egoístas que contigo, aumentaria bastante “o seu nível salarial”

Sua senhora EBSERH
Por aqui ninguém te quer
Porque tu tens interesses lucrativos
Em vez de educação ou de saúde, já vens com sigla de serviços
Isso já mostra tua cara de empresa descarada
Que quer tratar nossa saúde como mercadoria muito cara

Sua Senhora EBSERH
Por aqui ninguém te quer
Será que pensas que somos assim, tão ingênuos?
Para aceitar que tu faças de nossos trabalhos, convênios
Com empresários da saúde privada
Para explorar nossa saúde de forma mercantilizada

Sua Senhora EBSERH
Por aqui ninguém te quer
E por fim... dizemos a você:
Deixe o nosso direito à Saúde e o SUS em paz
Eles não são objetos de lucros empresariais
Vá embora pra Brasília e nos deixe com autonomia
Pra gerir nosso HC e nele lutar por democracia.

Veja mais em:

Ato contra a EBSERH
http://forumrecifense.blogspot.com.br/2012/10/ato-contra-ebserh.html

*Enviado pela companheira Marcela Vieira


segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Em nova decisão, Justiça de SC determina a continuidade da terceirização da gestão do Samu


Justiça15/10/2012 | 19h42


TJ suspendeu o cancelamento do contrato de terceirização dos serviços para SPDM


O Tribunal de Justiça de Santa Catarina determinou a continuidade da gestão terceirizada do Serviço de Atendimento Móvel (Samu) pela Organização Social (OS) Sociedade Paulista para Desenvolvimento da Medicina (SPDM). 
A decisão vale até que o mandado de segurança do Ministério Público — pedindo o retorno da gestão ao governo do Estado — seja julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com a assessoria da Secretaria de Estado da Saúde, a data do julgamento ainda não foi marcada.
O procurador-geral de Justiça José Volpato de Souza entendeu que a suspensão do contrato da SPDM com o governo do Estado trouxe riscos à continuidade dos serviços prestados pelo Samu. A decisão do procurador-geral atende o mandado de segurança impetrado pela Procuradoria Geral do Estado.
Com isso, fica suspenso o agravo de instrumento expedido pela Vara da Fazenda Pública no dia 14 de agosto que devolveu ao Estado a gestão do Samu. No dia 20 daquele mês, o vice-presidente do TJ, Sérgio Paladino, indeferiu o pedido da procuradoria do Estado que buscava derrubar a liminar que suspende a transferência de gestão do serviço.
A associação assumiu a gestão do Samu no dia 1º de agosto, depois de vencer o processo de licitação. Para dar início à gestão, 280 funcionários foram contratados por processo seletivo, e os 680 que já faziam parte do Samu também passaram para a gestão da organização social.
DIÁRIO CATARINENSE

    Recomendação e Resolução contra a EBSERH foram aprovadas no Conselho Municipal de Saúde - CNS




    Como contamos anteriormente aqui no blog, na 237ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Saúde (CNS), ocorrida no mês passado (setembro de 2012), a Frente Nacional contra a Privatização da Saúde, em conjunto de diversas outras organizações e entidades, conseguiram aprovar no plenário uma Moção de Repúdio contra a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares - EBSERH. Você pode relembrar a ocasião clicando aqui

    Com a conquista da Moção de Repúdio, o contentamento foi grande. Porém, não se podia perder de vista que os instrumentos formais mais importantes, que tem mais força, na vida do CNS, são as Recomendações e as Resoluções. Então, desde o fim da 237ª Reunião Ordinária, já se começaram as reflexões, articulações e distribuição de tarefas, visando que fossem encaminhadas para aprovação, no mês seguinte, de propostas de recomendação e resolução sobre a EBSERH.

    Como ponto culminante destas preparações, em 08/10/2012, a Frente Nacional participou da reunião do Fentas – Fórum das Entidades Nacionais dos Trabalhadores da Área da Saúde. Representavam a Frente Nacional as companheiras Fátima Siliansky e Maria Inês Bravo. Na reunião, entre outras coisas, foram fechadas as propostas de Recomendação e de Resolução.

    No dia seguinte, 09/10/2012, a Frente Nacional contra a Privatização da Saúde também se fez presente 238ª Reunião Ordinária do CNS. Valéria Correia e Vânia Machado se somaram às duas companheiras de antes, assim como representantes do ANDES-SN, FASUBRA e representantes da Executiva de Estudantes da Farmácia, além de residentes de diversos locais.

    No desenvolvimento da pauta sobre a EBSERH, após a fala do representante da EBSERH houve uma da representante da FASUBRA. Pode-se ver uma síntese do momento clicando aqui. Outros representantes da Frente Nacional também utilizaram a palavra e distribuíram os seguintes documentos: "Carta aos Conselheiros sobre a EBSERH", "Manifesto contra a EBSERH" e "Manifesto em defesa do SUS público, estatal e de qualidade".

    Diversos conselheiros e diversas conselheiras apoiaram as manifestações dos representantes da Frente Nacional, propondo o encaminhamentos das propostas de Recomendação e de Resolução. Ambas foram aprovadas com apenas 3 votos contrários. Tais votos contrários foram de representantes do governo.

    Parabéns a todas as entidades e organizações, representados por seus conselheiros e conselheiras, que apoiaram e votaram favorável contra a EBSERH!

    Segue abaixo os textos aprovados:



    O Plenário do Conselho Nacional de Saúde, em sua Ducentésima Trigésima Oitava Reunião Ordinária, realizada nos dias 09 e 10 de outubro de 2012, no uso de suas competências regimentais e atribuições conferidas pela Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, pela Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990 e pelo Decreto nº 5.839, de 11 de julho de 2006, e,

    Considerando as disposições da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, que versam sobre a organização do Sistema Único de Saúde - SUS;

    Considerando as disposições da Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, que se referem à participação da comunidade na gestão do SUS e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde;

    Considerando que a saúde e educação são bens públicos, que não podem e não devem se submeter aos imperativos do mercado.

    Considerando que o processo de terceirização dos hospitais trazido pela EBSERH é inconstitucional, uma vez que trata-se da terceirização de atividades-fim do Estado, como são as relacionadas à saúde, ao ensino e à pesquisa.

    Considerando o flagrante desrespeito à autonomia universitária definida constitucionalmente e à característica específica dos HU de serem instituições de ensino vinculadas às universidades.

    Considerando que, na prática, a gerência da EBSERH, com amplos poderes para firmar contratos, convênios, contratar pessoal, definir processos administrativos internos e definir metas de gestão, acaba com a vinculação dos HUs às Universidades.

    Considerando a ameaça ao caráter público dos serviços de educação e saúde, visto que a Ebserh, como prevista na Lei, poderá constituir subsidiárias integrais e, posteriormente, alienar parte de suas ações ao setor privado, permitindo que empresas particulares operem no ensino público e na prestação de serviços do SUS no âmbito da administração pública.

    Considerando que a flexibilização dos vínculos de trabalho trazida pela EBSERH é abertura de precedente para a não realização de concursos públicos e viola o princípio da moralidade na contratação pública, já que o artigo 12º da Lei 12.550/2011 permite a celebração de contratos temporários de emprego, mediante processo seletivo simplificado, burlando a exigência constitucional de realização de concurso público.

    Considerando a deliberação do Conselho Nacional de Saúde nº 001, de 10 de março de 2005, contrária “à terceirização da gerência e da gestão de serviços e de pessoal do setor saúde, assim como da administração gerenciada de ações e serviços [...]”.

    Considerando as Moções nº 015 e a nº aprovadas por este Conselho, em 06 de outubro de 2011 e 12 de setembro de 2012, respectivamente, que repudiam a criação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares - EBSERH.

    Considerando a deliberação da 14ª Conferência Nacional de Saúde, realizada entre 30 de novembro e 04 de dezembro de 2011 - “Rejeitar a criação da Empresa Brasileira de serviços Hospitalares (EBSERH), impedindo a terceirização dos hospitais universitários e de ensino federais” (Relatório da 14ª CNS, Ministério da Saúde, 2012).

    Considerando que a EBSERH configura desrespeito ao Controle Social.

    Resolve:

    I - Reafirmar seu posicionamento contra a EBSERH;

    II- Deliberar que o Ministério da Saúde garanta o financiamento e a força de trabalho necessários ao pleno funcionamento dos Hospitais Universitários Federais.

    Plenário do Conselho Nacional de Saúde, Ducentésima Trigésima Oitava Reunião Ordinária.



    O Plenário do Conselho Nacional de Saúde, em sua Ducentésima Trigésima Oitava Reunião Ordinária, realizada nos dias 09 e 10 de outubro de 2012, no uso de suas competências regimentais e atribuições conferidas pela Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, pela Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990 e pelo Decreto nº 5.839, de 11 de julho de 2006, e,

    Considerando as disposições da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, que versam sobre a organização do Sistema Único de Saúde - SUS;

    Considerando as disposições da Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, que se referem à participação da comunidade na gestão do SUS e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde;

    Considerando que a saúde e educação são bens públicos, que não podem e não devem se submeter aos imperativos do mercado.

    Considerando que o processo de terceirização dos hospitais trazido pela EBSERH é inconstitucional, uma vez que trata-se da terceirização de atividades-fim do Estado, como são as relacionadas à saúde, ao ensino e à pesquisa.

    Considerando o flagrante desrespeito à autonomia universitária definida constitucionalmente e à característica específica dos HU de serem instituições de ensino vinculadas às universidades.

    Considerando que, na prática, a gerência da EBSERH, com amplos poderes para firmar contratos, convênios, contratar pessoal, definir processos administrativos internos e definir metas de gestão, acaba com a vinculação dos HUs às Universidades.

    Considerando a ameaça ao caráter público dos serviços de educação e saúde, visto que a Ebserh, como prevista na Lei, poderá constituir subsidiárias integrais e, posteriormente, alienar parte de suas ações ao setor privado, permitindo que empresas particulares operem no ensino público e na prestação de serviços do SUS no âmbito da administração pública.

    Considerando que a flexibilização dos vínculos de trabalho trazida pela EBSERH é abertura de precedente para a não realização de concursos públicos e viola o princípio da moralidade na contratação pública, já que o artigo 12º da Lei 12.550/2011 permite a celebração de contratos temporários de emprego, mediante processo seletivo simplificado, burlando a exigência constitucional de realização de concurso público.

    Considerando a deliberação do Conselho Nacional de Saúde nº 001, de 10 de março de 2005, contrária “à terceirização da gerência e da gestão de serviços e de pessoal do setor saúde, assim como da administração gerenciada de ações e serviços [...]”.

    Considerando a Moção de Repúdio nº 015 e a Moção de Repúdio nº aprovadas por este Conselho, em 06 de outubro de 2011 e 12 de setembro de 2012, respectivamente, que repudiam a criação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares - EBSERH.

    Considerando a deliberação da 14ª Conferência Nacional de Saúde, realizada entre 30 de novembro e 04 de dezembro de 2011 - “Rejeitar a criação da Empresa Brasileira de serviços Hospitalares (EBSERH), impedindo a terceirização dos hospitais universitários e de ensino federais” (Relatório da 14ª CNS, Ministério da Saúde, 2012).

    Considerando os debates ocorridos em Reuniões Ordinárias do CNS, inclusive a 237ª RO

    Considerando que a EBSERH configura desrespeito ao Controle Social.

    Recomenda:

    I - Ao Poder Executivo e ao Congresso Nacional que revogue a Lei 12.550/2011 que cria a EBSERH;


    II - Ao MEC e ao MS a firmarem contratos de gestão diretamente com as Universidades, visando dotar os Hospitais Universitários de Autonomia Administrativa e Financeira com recursos financeiros adequados ao seu funcionamento e imediata recomposição de seu quadro funcional através de Concursos Públicos pelo Regime Jurídico Único.

    Plenário do Conselho Nacional de Saúde, Ducentésima Trigésima Oitava Reunião Ordinária.


    Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...