Qui, 16 de Agosto de 2012 15:17
Por Assessoria de
Comunicação
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da
Assembleia Legislativa, realizou na manhã da última quarta-feira (15) audiência
pública "Em Defesa do SUS e Contra a Privatização dos Hospitais", por
meio da implantação das Organizações Sociais de Saúde (OSS). O intuito do evento
foi de alavancar o debate em torno do processo de privatização dos hospitais
públicos goianos, provocado pela atual administração estadual, que aplica de
maneira incisiva políticas privatistas em todo o Estado.
De acordo com o ex-presidente do Conselho
Nacional da Saúde e membro da atual mesa diretora do órgão, Francisco Batista
Júnior, depois que os hospitais públicos de São Paulo foram gerenciados por OSS,
tiveram um custo elevado em R$ 60 milhões e reduziu para 38% a eficácia dos
atendimentos hospitalares, resultando assim no custo anual do leito em 17% maior
que à administração direta pelo Poder Público, evidenciando maiores gastos para
o setor sem necessariamente oferecer um serviço melhor. "Com a implantação
das OSS a taxa de mortalidade cresceu, os atendimentos reduziram drasticamente e
os doentes ficaram mais tempo sozinhos nos leitos hospitalares. Nessa
perspectiva, a terceirização da saúde compromete a qualidade do atendimento pela
precarização do trabalho, ou seja, a contratação de profissionais obedecerá a
critérios da própria empresa que administra cada unidade, o que dará legalidade
para práticas correntes como nepotismo e clientelismo na contratação",
ressaltou.
Na ocasião, Francisco Júnior argumentou que o
modelo adotado pelo governador do Estado de Goiás, visa exclusivamente criar um
ambiente caótico para, posteriormente, apresentar a privatização como única
solução para os problemas e, assim, ter mais aceitação junto aos servidores e a
população. Para ele, a única solução que reverterá esse processo é a aprovação
do Projeto
de Lei nº 2.746/11, de autoria do deputado Mauro Rubem, que estabelece
normas sobre o contrato de resultado do poder estadual, dando autonomia
gerencial, orçamentária e financeira nas unidades de saúde. Dessa forma, o
projeto que tramita na Assembleia estabelece um contrato de resultados entre
gestores públicos e a Secretaria da Saúde, que deverá ser construído em parceria
com os servidores, a sociedade e, acima de tudo, fortalecendo o Sistema Único de
Saúde (SUS) e garantindo a natureza pública desses hospitais.
O deputado Mauro Rubem foi o primeiro
presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde de Goiás
(SindSaúde/GO) e enfatiza o caráter combativo de seu mandato no que diz respeito
à entrega ou venda das instituições públicas a empresas privadas. Por isso, o
petista se disse revoltado pela “onda de privatizações promovida pelo governo
de Goiás nos hospitais públicos estaduais”. Mauro reafirmou ainda a
necessidade da sociedade goiana e brasileira de se informar sobre o assunto,
para que, desta forma, “perceba o quanto é prejudicial a todos a
administração do bem público por empresas que visam exclusivamente o
lucro”.
De acordo com o parlamentar, os trabalhadores
da saúde sofrem diariamente assédio moral, falta de transparência e de controle
social. Mauro acredita que, com a consolidação desse sistema, não haverá
convocação de aprovados em concursos públicos e o surgimento de novos concursos
será praticamente extinto. Além disso, a população terá acesso limitado na
quantidade de atendimentos. “Os pacientes do SUS terão atendimentos médicos
reduzidos, pois as organizações visam priorizar os convênios médicos da rede
privada. Há uma forte opressão em cima dos servidores e precisamos nos unir para
combater as privatizações”, argumentou.
O deputado ressaltou ainda a importância da
audiência pública para debater a terceirização e privatização da saúde. De
acordo com o parlamentar, a saúde é um bem assegurada pela Constituição
Brasileira. “A terceirização da saúde pública representa perdas à sociedade,
pois delega à empresas privadas um serviço que deve ser realizado integralmente
pelo Estado. Não é necessária a terceirização, basta adequar a legislação dando
autonomia aos gestores públicos para aprimorar a administração, investindo
recursos e consolidando o atendimento público de saúde humana e de
qualidade", pontuou.
Fizeram parte da mesa, além do parlamentar
petista, a presidente do Sindicato dos Odontólogos do Estado de Goiás (Soego),
Shirley Ferreira; o conselheiro Soego José Carrijo Brom; a representante do
Conselho Regional de Enfermagem, Maurízia Alves; o 1º secretário do Sindicato
dos Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Combate a Endemias, Leocides de
Souza.
Também participaram do evento o presidente do
SindSaúde, Fábio Basílio; o diretor do Sindicato dos Farmacêuticos de Goiás,
Winston de Paula; o vice-presidente do Conselho Estadual da Saúde, Osmar Costa
Queiroz; e a presidente do Conselho Regional de Serviço Social, Júnia Rios
Campelo, além de representantes sociais, lideranças e comunidade.
*Retirado do Deputado
Mauro Rubem
**Enviado pela companheira Júnia Rios
***Republicado aqui após revisão, com pequenas
modificações de texto
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quinta-feira, 23 de agosto de 2012
Audiência Pública em defesa do SUS e contra a privatização da saúde recebe membro do Conselho Nacional da Saúde
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