TJ confirmou cancelamento da terceirização dos serviços para SPDM
Pela segunda vez, a
Justiça decidiu que a gestão do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu)
deve permanecer com o Estado. O Tribunal de Justiça confirmou nesta
segunda-feira o cancelamento
da terceirização dos serviços para a Associação Paulista para o Desenvolvimento
da Medicina (SPDM).
O vice-presidente do TJ, Sérgio
Paladino, indeferiu o pedido da procuradoria do Estado que buscava derrubar a
liminar que suspende a transferência de gestão do serviço. Ou seja, negou a
intenção do Estado de manter a terceirização do serviço. Com isso, ficou mantida
a decisão do juiz Luiz Antonio Fornerolli, da Vara da Fazenda Pública, que
determinou o imediato cancelamento da terceirização, no último dia 14.
Em
paralelo, o Ministério Público de Santa Catarina ainda protocolou uma petição
informando que o Estado não está cumprindo a liminar, uma vez que o serviço
continua sendo prestado pela SPDM. A petição foi protocolada no último dia 17 e
pede que o Estado se apresente em até 48 horas, mostrando que está cumprindo a
liminar.
Caso isso não seja feito, é pedido ainda o pagamento de multa
diária, cujo valor deve ser definido pelo juiz Luiz Augusto Fornerolli. O prazo
passa a contar a partir do momento que o magistrado dê deferimento à
petição.
A Justiça acatou o pedido de liminar do Ministério Público no
último dia 14, quando o secretário da saúde, Dalmo de Oliveira, foi informado
oficialmente. No dia seguinte, a Procuradoria Geral do Estado também foi
notificada. Desde então, a gestão do Samu deveria voltar para o Estado. Passados
sete dias da decisão, o serviço do Samu não foi interrompido, sendo gerenciado,
ainda, pelo SPDM.
A associação assumiu a gestão do Samu no dia 1º de
agosto, depois de vencer o processo de licitação. Para dar início à gestão, 280
funcionários foram contratados por processo seletivo, e os 680 que já faziam
parte do Samu também passaram para a gestão da organização
social.
Gestor alerta que serviço pode parar
De
acordo com o superintendente da SPDM, Mário Silva Monteiro, será acatada a
decisão da Justiça, mas ele alerta que, se deixarem o Samu agora, Santa Catarina
deixa de contar com o serviço.
Por meio da assessoria de imprensa, a
Secretaria de Estado da Saúde informou que não vai se posicionar sobre o assunto
até que seja resolvido. No dia em que a Justiça decidiu por cancelar a
terceirização, o secretário Dalmo de oliveira informou que o Estado não tem
condições de reassumir imediatamente o serviço.
A promotora Sônia Paridi,
porém, descorda do secretário. Segundo ela, o Estado sempre contratou em caráter
temporário e agora alega que para reassumir o Samu teria que fazer concurso
público.
— Desde de 2006 o serviço teve a gestão do Estado e sempre
funcionou muito bem. Não é possível que, passado alguns dias desde que o serviço
foi terceirizado, as coisas não possam voltar a ser como eram — explicou a
promotora.
Diário Catarinense: 20/08/2012
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