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terça-feira, 28 de agosto de 2012

Hospital Ruth Cardoso, de São Francisco do Sul: Um golpe que contou com a participação de autoridades do município


A história acobertada por justificativas, documentos falsos e influência política, foi revelada pela imprensa catarinense. Este projeto de tercerização da Cruz Vermelha é um golpe que vem se alastrando e acontecendo há tempos.

O esquema milionário de desvio de dinheiro público que se instalou em Santa Catarina, em Balneário Camboriú, não se restringe ao município do litoral catarinense e aponta quatro nomes como sendo os principais responsáveis pelo desvio de conduta ética e negligência na administração: Anderson Marcelo Choucino, Marcos Roberto Romero Sanches, Fernando José Mesquita e Marco Fatuch. No comando do hospital municipal Ruth Cardoso (Balneário Camboriú), não foi preciso um ano para que o desfalque tomasse proporções escandalosas: 176 mortes em seis meses, desvio de quase 25% dos mais de R$ 12 milhões injetados pelo município para serem aplicados na unidade, dois inquéritos instaurados pelo Ministério Público, decretada a intervenção e aberta uma comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no legislativo municipal. Dentro desse modelo de operação que eles fazem, aprontam uma grande confusão na movimentação bancária, para depois deixar brecha para justificar na prestação de contas. Um grande exemplo disso é uma nota de R$ 600 mil. Por que não mostram na nota fiscal o que foi comprado. O que aconteceu foi uma festa a partir da abertura do hospital envolvendo médicos e profissionais que usaram, detonaram, estragaram e roubaram equipamentos do Ruth Cardoso.
Todo esforço de organizar um modelo de gestão moderna na abertura do hospital municipal, foi rechaçada por Marco Fatuch e seus parceiros. Eles não queriam controlar nada. Trocaram quatro farmacêuticos porque não queriam controle dos remédios. Teve uma primeira compra enorme de remédios que não eram para o atendimento de média complexidade. Eram adequados para o atendimento do consultório das pessoas que estavam interessadas em subtrair dali os medicamentos. Esta primeira compra de medicamentos teve todos os profissionais da saúde envolvidos que sabiam da média complexidade do hospital e apesar de serem alertados, continuaram com a compra. Existia uma rotina de reuniões de Fatuch e seus sócios neste negócio. O cenário, em vários momentos, demonstrava que eles estavam interessados num esquema de benefício pessoal. E, para isso, fecharam um grupo com Marcos Sanches e com Marco Fatuch. Os outros dois, Spósito e Brito falavam que podiam tudo porque eles eram da maçonaria e a maçonaria mandava na cidade. A orientação não era prestar um bom atendimento. O paciente era um detalhe para eles. O centro Integrado de Apoio (Ciap) teria sido o berço do esquema que se instalou em algumas filiais da Cruz Vermelha Brasileira conforme foi apurado pela polícia Federal que deflagrou a “Operação Parceria” e desarticulou um esquema fraudulento de desvio de recursos públicos federais.
Ao todo, foram expedidos 14 mandados de prisão temporária e 40 de busca e apreensão. O esquema usava firmar parceria com prefeituras. Assim que os projetos eram aprovados, sempre nas áreas da Saúde, a organização recebia os recursos federais, numa movimentação média de R$ 130 milhões por ano. A investigação conjunta conduzida pela controladoria Geral da União, Ministério Público Federal e Receita Federal, apontou que o Ciap fazia de tudo para demonstrar que a verba estava sendo aplicada, conforme o contrato. Contudo, descobriram que 30% dos recursos eram transferidos para uma conta centralizadora. A desculpa era de que precisavam atender aos custos administrativos.
A operação estimou que os desvios irregulares passaram de R$ 300 milhões em cinco anos. Depois que o dinheiro estava na conta centralizadora, valores altos eram sacados sem identificação, outro montante era destinado a pagamento para empresas que a investigação descobriu, na verdade, pertencerem a familiares e pessoas de confiança dos responsáveis pelo Ciap. Esse esquema já estava planejado desde o primeiro projeto feito com a Cruz Vermelha. Foi um esquema herdado do Ciap. Basta pegar a história que já foi desvendada pela polícia Federal, o modo de operação dos dirigentes do Ciap, a confusão que faziam na conta corrente, o modelo de gestão financeira e a rotatividade das pessoas que trabalhavam nestes projetos. E eles sabem direitinho quais são os passos da CPI, quais são os passos da imprensa e atuam nos bastidores para silenciar, para abafar.
O tempo gira a favor dessa quadrilha, porque as investigações vão perdendo força e a revolta popular vai ficando ao vento. Depois começa a existir certo interesse político, derramam dinheiro aqui ou ali, mandam dinheiro para um deputado, posam de amigos de vereador e abrem diálogo com o executivo. E daí tudo acaba impune, ceifando vidas, desviando remédios e estragando equipamentos novos de última geração.
Por que Fatuch tem interesse em novo projetos de hospitais municipais? Porque ele sempre teve contato com empresários que se envolvem em licitações. Teve uma situação que foi muito emblemática. Às vésperas de abrir aquele hospital municipal, definiram que o médico Milton Santoro ficaria com uma das clínicas e depois esse médico virou diretor, no lugar do Fatuch. Todavia, ele mantém absolutamente 100% de influência em tudo que aconteceu, está ‘casado’ com os negócios de Fatuch e muito próximo de Marcos Sanches. Ele tinha todo o serviço de diagnóstico por imagem, mas colocou em nome de um laranja. Fatuch disse que a parte de imagem já estava acertada: era do Spósito: raio-x, ultrassonografia e tomografia.Tanto que o índice de realização de exames de imagem nos pacientes que entravam no pronto-socorro nos primeiros meses era de 90% dos atendimentos. Todos eram obrigados a fazer um raio-x.
A conclusão é que a finalidade era de obter lucro com o sofrimento do povo. Segundo o entrevistado do jornal catarinense, cujo nome foi mantido em sigilo por questão do processo em curso, Fatuch continua no esquema e, mais do que isso, foi ele quem apresentou o projeto do Novo Hospital de São Francisco do Sul à Cruz Vermelha. É por aí que o esquema está seguindo. A prefeitura de São Francisco do Sul, para inaugurar o Hospital Nossa Senhora da Graça, assinou um contrato de gestão com a Cruz Vermelha por 10 anos, com repasse de R$600 Mil/mensais e um repasse inicial de R$2,350 Milhões.
A questão é com quem o prefeito assinou este contrato? Até hoje o moderno e recém-inaugurado hospital que seria uma referência na região, não funcionou conforme foi planejado. Nada mais aconteceu de que transferir o antigo Pronto Socorro para as novas instalações. A população ainda sofre sem a Maternidade do antigo Hospital de Caridade e o novo hospital, fechou a sua maternidade por falta de médicos. Cirurgias nem pensar, é risco!
Fonte - Jornal o Diarinho

VEJA MAPA DA ATUAÇÃO DA CRUZ VERMELHA NO BRASIL:



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